As notícias giram em torno do naufrágio de Wall Street. Nossa imprensa colonizada, de um momento para o outro sem norte, divaga sobre as razões para o colapso, ironiza as afirmações do governo de que estamos preparados e embute em seu discurso mais uma proposta de crise a ser superada. O país tem sido submetido frequentemente a uma sucessão de crises. Foi a crise aérea, foi a crise parlamentar (caso Renan), foi a crise da saúde (dengue), foi a crise dos grampos (escutas não autorizadas) e assim vai. Mera exploração das circunstâncias. E elas não se esgotam, vão se sucedendo na pauta umas às outras. Patético. Menos pelo fato da mídia atacar quem não suporta (Lula), mas pelo fato de não cumprir sua função, ou seja, contribuir para o espírito crítico de maneira isenta. Criam as interpretações e promovem sua manutenção. Também não se tolera Chavez ou Morales, sempre trazendo um jeito de cobrar o governo brasileiro pela irresponsabilidade de possuir boas relações com esses governantes do mal. Mas Bush segue intocável. Destrói o sistema que o engendrou com toques de perversidade e os analistas o poupam, deslocando a crise à conjuntura dos fatos. Mais cinco ou seis anos e surgirão as biografias, que o enaltecerão (tal como se fez com Nixon e Reagan) como o grande estadista de seu tempo... E assim a engrenagem se move.
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