I.
... ora a crise, continua comendo solta. Você vai aos centros comerciais - dos mais populares como a 25 de março aos mais sofisticados como os shoppings - e as vendas se superam a cada final de semana. Já que natal virou tempo de avaliar o desempenho da economia, então prossigamos: os feirões de automóveis novos e usados seguem vendendo, tomando carona nas medidas do governo, de redução de impostos. É provavel que os jornalões, revistas e noticiários globais achem uma brecha para inserir o pânico da crise, bem-vinda crise, adorável crise, que detona o mundo. Há que se disseminar o desespero, a insegurança, já que o mercado das notícias explora o clima de temor e terror para faturar. Sobrepõe-se a indagação: os interesses das corporações (quaisquer que sejam, da midiática à automobilística) em enfrentar a tal crise coincidem com os interesses da população em geral? Trocando em miúdos, a preocupação veiculada reflete de fato os temores cotidianos da massa sem voz?...
II.
Estive na rua Oscar Freire, o deslumbrante shopping a céu aberto da Paulicéia, frequentado por 9 entre 10 aristocratas paulistanos com rolex, e nada consegui levantar sobre o tema, pois os problemas foram postergados para depois do ano novo (Crisis, what crisis?). O que tem contado é a voracidade pelas compras...
Aliás (o que seria um interessante tema para uma reportagem natalina), tem-se observado nesta região dos Jardins a presença crescente de indigentes igualmente vorazes, só que por um prato de comida. Estes sim, poderiam falar sobre crise.
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