O valor dos valores está ligado ao fato de que eles nos fogem, não por serem impossíveis de serem realizados, mas por não serem valores.
Arthur C.Danto
Ah, a insipiência dos que blefam... Pusilânimes sacristãos de um tempo condenado! Um tempo que engrandece os blefistas! Como entender a continuidade da história humana sob tal prisma? Sob a vilanagem de uns poucos, insaciáveis, insensíveis, que usufruindo, gargalham o mal?
O que me toca é observar seus gestos, melífluos, e não posso me conter, porque não posso tolerar. E então eu os descrevo, são frios, não direi metódicos, pois carecem de método, e alienados, para não dizer vãos, e as palavras tateiam o sentido, ainda que não o encontre! Vagueiam pelo discurso, como a cumprir seus papéis, e assim nada dizem.
Vilipendiam do alto do cume que escolheram, e dali rolarão!... Repito o sentido de Unamuno, vencem, mas não convencem, pois para convencer é necessário persuadir. Por mais que tratem de persuadir em sua infinita frivolidade, sucumbe o fascínio produzido.
Falo da miserabilidade desse poder sem virtude, dessa abrangência sem completude, que viceja como paradigma de comportamento nestes tempos macetados pelo neoliberalismo. Tempo de almas pequenas, onde tudo vale por expor seu preço, o valor vulgar, que se insinua, que penetra nos meandros descobertos, nas frestas abolorecidas, que manifesta com força, e se esvai, ao final de tudo, por não dispor de substância...
Ah, essa brutalidade oportunista, enganadora, que aparece impregnada de escárnio, pois somos todos vítimas dessa abundância que, propagando-se, fenece sem lamento! O que será dos bufões depravados, que desvelados em sua atuação grotesca, buscarão outras máscaras para vestir?
Pobres insanos, merecem o desdém, ofertado enquanto vigem em seu movimento desagregador. Merecem, pois, o infortúnio, no tempo em que se presumem incontestáveis.
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