14 março 2009

É... (parte II)


Salvo o noticiário da grande mídia e sua miserabilidade analítica, que não consegue escapar do padrão neoliberal de observação da crise - bendita crise, amada crise, explorada crise - desvelamos uma outra realidade em curso.
Ponderemos sobre um universo distinto de análises, apresentadas de modo sério, preocupadas com a verdade sobre o tema:
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"Demorou, mas começou a ser levantado o pesado manto que ainda encobre o imenso fracasso dos economistas neoclássicos (neoliberais, para os íntimos), depois de pelo menos duas décadas e meia de hegemonia, no campo do pensamento econômico. No debate intramuros, que agora começa a chegar ao mundo dos mortais, ainda há divergências em relação à culpa das teorias econômicas vigentes, no cartório da crise. Mas não há divergências – ou pelo menos elas são bem menores – sobre a parte que cabe no desastre a um certo tipo dominante de economista (...).

(...) Espanta observar que, no Brasil, aqueles mesmos que ajudaram a disseminar a visão estreita e arrogante que levou ao atual desastre econômico continuam ocupando espaço privilegiado na mídia. Continuam lá, como se nada tivesse acontecido, arrotando opiniões definitivas sobre a política econômica que o País deve seguir. E fazendo previsões irresponsáveis, com base nos mesmos modelos - modelos que pretendem vender rigor científico, mas não passam de ideologia barata. Parece que o retumbante fracasso das receitas de política econômica baseadas nos “mercados eficientes” não é com eles.
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(José Paulo Kupfer em seu blog)
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"Crise econômica ou Armagedon? Após o IBGE ter divulgado uma queda de 3,6% no crescimento da economia brasileira no último trimestre de 2008, os editores de primeira página de O Globo e da Folha de São Paulo não hesitaram em recorrer, na quarta-feira, 11/3, às habituais formas de terrorismo editorial. A capa do diário carioca ostentava:" Indústria desaba. Consumo cai e já se teme 2009 com recessão". O jornal paulista não ficou atrás:" Queda do PIB no Brasil é uma das piores do mundo".
O fato de a desaceleração ter ocorrido no último trimestre pareceu irrelevante para os editores da conhecida publicação da Barão de Limeira. Apoiando-se no que julgava ser potencialmente mais explosivo, omitiu um dado de capital importância para compreensão da realidade econômica do país: o PIB brasileiro, apesar da crise em escala planetária, apresentou o segundo maior crescimento mundial. Ou seja, outras manchetes seriam possíveis. Algo do gênero “Apesar da recessão global, PIB cresce 5,1%" Por que não? Por determinações da pequena política.
Que tipo de jornalismo está sendo feito no Brasil? Para quais interesses é direcionada sua estrutura narrativa? É o caso de reexaminar, como já sugeriu o jornalista Alberto Dines, os procedimentos e padrões para a formulação de títulos? Ou o claro viés ideológico clama por uma inflexão de outra natureza? O que está em xeque é a própria ética do fazer jornalístico (...)"
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(Gilson Caroni, Agência Carta Maior)
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"Após três meses de queda, vendas no varejo voltam a subir

Crescimento em janeiro chega a 1,4% com ajuste sazonal, segundo IBGE.
As vendas registradas pelo comércio varejista ao longo do mês de janeiro apresentaram crescimento de 1,4% ajustados sazonalmente, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ao mesmo tempo, a receita nominal apresentou um crescimento de apenas 2,1%.

Nas demais comparações, obtidas das séries sem ajuste, o volume de vendas acelerou 6% ante o mesmo período de 2008, acumulando um crescim,ento de 8,7% nos últimos 12 meses. Já a receita nominal subiu 11,9% e acumulou 14,7% de avanço nos últimos 12 meses (...)".


(Agência Dinheiro Vivo)


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