21 outubro 2009

Desfaçatez



El primer ministro israelí, Benjamín Netanyahu, manifestó este miércoles que las denuncias realizadas por la Organización de Naciones Unidas (ONU) a través de un informe emitido el pasado viernes son "mentira", cuando la ONU acusó a Israel de cometer crímenes en la Franja de Gaza.

TeleSUR (Hace: 02 horas)




Aos fatos:

A operação Chumbo Fundido, desencadeada pelo exército de Israel na Faixa de Gaza em dezembro e janeiro últimos, resultou em 1.400 palestinos mortos, sendo que 42% mulheres e crianças;

Morreram 13 israelenses;

Foram utilizadas armas de última geração, de modo indiscriminado, em zonas altamente habitadas;

Acabaram destruídas fontes de água, hospitais e depósitos de mantimentos;

A população palestina (cerca de um milhão e meio de pessoas) permanece bloqueada em seu território, por mar, terra e ar;

Segundo o ex presidente estadunidense Jimmy Carter, em visita à Faixa de Gaza, 'Os palestinos estão sendo tratados como animais'.

Dois anos antes (2007), Hernán Zin havia escrito em seu Chove sobre Gaza:

"(...) Os territórios ocupados da Cisjordânia e Gaza contam com três milhões e setecentos mil habitantes. Nas três últimas décadas, 650.000 passaram por cárceres israelenses, sendo cinco mil menores de idade. No total, 20% da população. Hoje, há quase 10.000 palestinos detidos. Se estima que 450 são mulheres e crianças (...).

As histórias de ações contra os palestinos vão se sucedendo, com maior ou menor intensidade, na mesma proporção que são conduzidas ao esquecimento. Do ataque aos acampamentos em Sabra e Chatila (1982) à operação Chumbo Fundido, se contabiliza uma sucessão de arbitrariedades, dentre as quais, o infame muro que atravessa a Cisjordânia e sobre o qual já comentei aqui neste blog.

Incomoda-me o silêncio que encobre tanta violência desproporcional. E incomoda ainda mais aos que acompanham os fatos ao vivo, como demonstra o jornalista do Haaretz, Gideon Levy, no livro de Zin:

"Quando você vê o que sucede, um milhão e quatrocentas mil pessoas vivendo em condições terríveis, você diz para si, bom, isso não pode continuar assim, em qualquer momento a situação vai explodir. Mas, o que vai explodir? Que podem (os palestinos) fazer? Podem lançar uma bomba nuclear contra Israel? Não há nada que os palestinos possam fazer (para mudar esse quadro). O mais provável é que a situação siga assim durante muito tempo. Gaza não interessa ao mundo, Estados Unidos e a União Européia têm dado mostras disso. (...)"



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