16 julho 2010

Despropósitos


nada mais patético do que ver e ouvir a cantilena de Mônica Waldvogel encapelar-se diante do tema petróleo, e diante de três convidados, em seu programa "entre", na GloboNews, insistir na tecla das escolhas contrárias à tendência mundial ao questionar a opção do governo Lula em dar continuidade à exploração do pré-sal. Toda série de obstáculos foram levantados (a matriz energética poluidora, a exigir altos investimentos e portanto mais cara...; e o perigo de vazamentos sem controle...; e o abandono de outras matrizes energéticas mais limpas...; e... palavras tateando por veredas obscuras, na desesperada elaboração de alguma ideia...) para que os analistas presentes, de algum modo, se convencessem da pauta que ela desejava alinhar... Sim, patético e cansativo de acompanhar...
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depois vejo o comentário de Miriam Leitão, no Globo.com, dizendo da perda do valor de mercado da Petrobrás, com o vazamento no Golfo do México, e arremata, A área de exploração de petróleo em alto mar está em convulsão (...) Todo mundo confia na Petrobrás, mas é preciso ter o princípio da precaução. O que nos garante que algo assim não vai acontecer, agora que estamos indo para o pré-sal? Quão deplorável esse quietismo, que nos condena à sujeição bem comportada dos coadjuvantes da história... apavorante temor que se tenta infundir... em vão... que considere para si as palavras de Lady Macbeth, (...) Mas me envergonho de guardar, tão branco, o coração...
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há que se dizer que ambas as jornalistas, bem subservientes ao estilo padrão global, desenvolveram o tema da manchete de primeira página de O Globo, Europa reduz exploração de petróleo, Brasil acelera. Como é comum à mídia hegemônica e globalizada, o que conta é a submissão aos valores consagrados pelo mercado, e eles não estão de acordo com os anseios de autonomia político-econômica, em um mundo regido por relações multilaterais. Se necessário for, que atrelemos nossos desígnios à dupla Serra e Índio e entreguemos o que resta ao liberalismo falimentar do norte...
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encontro uma resposta à altura, no blog do Brizola Neto, Tijolaço: (...) O que o Globo sugere? Que o Brasil abandone uma riqueza do tamanho do pré-sal como se EUA e Europa não tivessem corrido todos os riscos possíveis para explorá-lo em todos os cantos do mundo? Que os brasileiros fiquem sem todas as possibilidades que o pré-sal oferece em nome de um falso discurso ambiental? Que o país siga o pensamento do vice-Índio, que se declarou contrário à retirada de petróleo abaixo da camada de sal? O que quer verdadeiramente o jornal com este discurso? Entregar a riqueza brasileira?...
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a subserviência não tem limites, e o jornalismo dos veículos dominantes prosseguirá alinhado em um discurso que, na medida do possível, desconstrua o governo Lula e beneficie o candidato sem discurso. Mesmo que para isso seja necessário golpear de morte os interesses da nação...
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