09 julho 2010

Citas del cotidiano (3)


Callao, 2010


Repentina a noite que nos encobre, com suas singelezas fugidias que em um primeiro momento se negam, mas que ao final e ao cabo não se furtam em permitir-se, para os que nela encontram um refúgio, ou uma possibilidade de sacralizar as lembranças sonhadoras...

Um pouco mais adiante, o café que permitirá o recolhimento com os desejos, o olhar através das vidraças para pensamento envolto em introspecção... a presença da mulher que não se deixa desvanecer, do olhar a exprimir tantos sentimentos e sentidos para o prosseguimento da vida... a noite que acolhe aflições, que alimenta escrituras errantes... A noite tem falado/nas cadeiras dos bares/de paixões afogadas/de paixões recusadas/de paixões descabidas/de paixões envelhecidas demais...

Mais além, as luzes e o movimento da Corrientes, a saída dos teatros, as livrarias convidativas, o café que remete aos sonhos dessas noites de inverno... a Corrientes, porto seguro de tantos regressos, cúmplice de soturnos segredos, o tango a descrever seus meandros... Tu alegria es tristeza/y el dolor de la espera/te atraviesa.../Y con pálida luz/vivís llorando tus tristezas...



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