09 julho 2010

Citas del cotidiano (2)



Ganho as ruas e de golpe a orquestração natural do hormigueo popular me aborda, solicitando-me participar. Na entrada da praça, pago o saquinho de pipocas com o dinheiro exato, Gracias, muy amable, caballero..., e a atenção do velhinho é logo assediada por duas meninas que fazem seus pedidos. A tarde cai sobre a cidade, é tempo de ganhar o espaço público, despedir-se do domingo generoso, de céu azul e um friozinho residual, que estimula o passeio e os encontros. Cruzo com os garotos jogando futebol, reminiscência lúdica de minha infância, os casais dividindo os bancos, a atualizar confidências e esperanças, uma jovem ali, ocupando o gramado para a sua conversa privada ao celular, outros lá e acolá em pequenos grupos, sorvendo o mate, famílias caminhando com seus cães, crianças esvaziando seus pacotinhos de maíz para as pombas... Vejo duas senhoras elegantes que me ultrapassam, imersas em suas palavras, e adentram a confiteria da esquina. Penso também em meu cortado doble y tostado de miga, e prosseguir com a escritura...

Eis a Willoughby moderna, a parada em um lugar essencial para retomar-se os fundamentos da vida. Ali não há pressa, não há conflitos, as pessoas desejam o que demonstram, estar bem consigo mesmas, animadas ou serenas, a compartilhar com o outro.


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