09 dezembro 2009

Evo Morales

Evo Morales


Claro que Evo Morales e o MAS, Movimiento al Socialismo, fazem bem à Bolívia e aos bolivianos! A votação espetacular obtida nas eleições de domingo teve, antes de mais nada, um caráter plebiscitário à sua gestão, e ficou evidente o apoio massivo às mudanças em curso.

Qualquer historiador medíocre pode levantar a folha corrida da querida e sofrida Bolívia no século XX e perceber o quanto os representantes de uma elite branca descomprometida com os desígnios do país fizeram o país e o povo comum sangrar até quase a inânia. Morales é um desses sopros alentadores, que trazem esperança à proporção que avança em seu projeto social, um projeto que elimina a ambição pessoal e possibilita a distribuição social.

O grande problema é esse maldito conforto paradigmático disseminado pelos veículos da grande mídia, que nos faz crer que o capitalismo é o caminho, a verdade e a vida, e que Evo é sinônimo de Belzebu, atrelado a ideais ultrapassados. Como se não bastasse, há o ranço preconceituoso que atravessa o discurso, algo do tipo Como um índio se atreve a meter-se conosco? Nesse momento, como nunca antes, essa linhagem midiática sai a campo para defender abertamente seus interesses de classe, a semear o brado de uma contrarrevolução ultrapassada...

Apenas digo que o projeto de governo desse 'índio' tem modificado, como ninguém antes, o perfil da Bolívia: eleva um país ridicularizado por golpes seguidos e pela condição miserável a um patamar de respeitabilidade como nunca antes visto. Será o país de maior crescimento na América do Sul neste ano, mais de 3%, crescimento sustentável, distribuído, sem se vender aos ditames de uma política neoliberal punitiva à população e ao meio ambiente.

Evo Morales faz bem à Bolívia, assim como Álvaro Garcia Linera, assim como o MAS, assim como as mudanças estruturais realizadas no âmbito sócio-político-econômico. E sejamos claros (com um olhar para além do conforto paradigmático neoliberal) assim como o governo Hugo Rafael Chávez Frias faz bem à Venezuela. E assim como o governo Rafael Correa faz bem ao Equador e como o governo Cristina Kirchner faz muito bem à Argentina... 

Porque essas equipes de governo relevam a dignidade na ação política e na ação social, em um mundo permeado pelo tanto faz hipócrita, repercutido, à náusea, por quem não tem compromisso com nada e defende (sem mais saber o porquê) a ordem falida de um capitalismo devorador, que faz prevalecer interesses corporativos em detrimento dos interesses maiores da coletividade.

A América do Sul é o lugar mais estimulante do mundo, foi o que disse Noam Chomsky, recentemente. E estou com ele, a ficar com qualquer dos analistas midiáticos que se esforçam para agradar o patrão!... E há que se dizer, porque assim expressa a maioria dos brasileiros e do mundo, o governo Lula faz bem ao Brasil. Quem definitivamente não faz bem ao Brasil - e já há um bom tempo - é o 'nosso' oligopólio midiático, elitista por natureza e golpista por opção, que aos poucos definha em seus envelhecidos despropósitos...


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