Está
na revista Carta Capital desta semana:
"Os lojistas da rua Oscar Freire,
templo de consumo e ostentação nos Jardins paulistanos, criaram uma engenhosa
fórmula para afugentar os moradores de rua da região. Trata-se do vale-esmola.
As empresas distribuem os cupons entre os clientes e os orientam a entregar o
papel aos pedintes, em vez de oferecer doações em dinheiro. O 'vale-valor',
como a iniciativa foi batizada, só pode ser descontado na Casa Restaura-me, entidade assistencial localizada
cerca de 15 quilômetros das reluzentes vitrines de joalherias e grifes
estrangeiras da rua. (...)"
Como
denominar esse tipo de atitude? O que esperar dessa aristocracia deslocada no
tempo, que acredita em carruagens e se emociona com histórias encantadas? E que
pensa que a miséria nas ruas se resolve se o miserável tiver menos preguiça e
mais vontade de trabalhar? E que bandido bom é bandido morto?...
Lembram-se
do furto que o Luciano Hulk sofreu nesta mesma Oscar Freire? Do texto que ele
escreveu chamando o capitão Nascimento, da Tropa de Elite, para
resolver (na base da porrada) a questão da (sua) segurança? E lembram-se do
texto do Ferréz, discutindo a miserabilidade que conduziu o sujeito a furtar o
reloginho de 20 mil reais?
Ambos os textos foram publicados na Folha
de SP. Pontos de vista distintos, análises sociais distintas. Pois
Ferréz respondeu processo por apologia ao crime e violência.
Casa grande e senzala, meus caros. Ainda se ouve o estralar do
chicote.
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