31 outubro 2022

Vitória!


Foi custoso, mas a democracia venceu


Foi um mês de outubro difícil, de sonos turbulentos e intensa atividade mental e coletiva, que resultou na espetacular vitória de ontem, conquistada a ferro e fogo, pela forte participação da militância do PT, ressurgindo das cinzas, e pelo contraponto sustentado nas redes sociais, o que foi um importante aprendizado. O Nordeste brasileiro foi mais uma vez o baluarte da vitória. Dentre outras constatações, sua gente maravilhosa mostrou que as pessoas têm caráter e memória sim. E que não são compradas apenas por uns tostões, ou pela degenerescência da fé. E, não menos importante, demonstrou que não é pelo massacre de fake news que se muda de opinião. 

Foram mais de dois milhões e cem mil votos de diferença. Em relação ao resultado do primeiro turno, Lula somou algo mais de três milhões de votos, precisava acrescentar dois milhões para vencer. Tudo se deu com grande dificuldade, embora de modo consistente: esperava-se um início de apuração com resultados ruins e mais adiante, a virada, patrocinada pelos votos do Nordeste, em algum momento a partir dos 50% de urnas conferidas. E ocorreu às 18h45, quando já nos aproximávamos de 70% de urnas escrutadas. A partir daí, as curvas foram lentamente se separando, até que Lula alcançasse os 50,84% dos votos válidos, ou precisamente 60.345.999 de votos em todo o Brasil. 

Também foi no finalzinho das apurações em Minas Gerais que se consolidou a escrita das eleições no Brasil, ou seja, quem vence no Estado leva as eleições presidenciais. A vitória veio na undécima hora, por 50,2% a 49,8%. Foi principalmente no norte do Estado e na zona da Mata que Lula sacramentou a virada. 

Ao final, fomos até a avenida Paulista comemorar o feito, de tão significativa importância para o Brasil. Um feito inesquecível de Lula, que o coloca no patamar dos grandes líderes mundiais. Teremos quatro anos de vida cívica sem o patrocínio do ódio, do desprezo, da violência; teremos o retorno dos programas sociais, do investimento em pesquisa, do apoio à produção cultural. Quanto à canalha que desgovernou este país, reconduzindo-nos ao descalabro da fome estrutural, terá de responder pelos crimes e omissões cometidos, a começar pelo assassinato de centenas de milhares de pessoas durante a pandemia da Covid-19. 

Se soubermos aprofundar as virtudes da governabilidade democrática, esse bando de irresponsáveis não passará de uma fugaz e infeliz lembrança de nossa história, e jamais retornará.

   


Nenhum comentário: