Fac-simile da capa do romance Um longo dia na vida de Angelo Domani |
Depois de muitos anos, Ângelo Domani regressa à terra de sua infância, Buganvília, e no correr de uma jornada, a realidade se evanesce ao recriar os acontecimentos, o que faz com que as memórias longínquas se mesclem com o imaginário fantasioso de sua apreensão presente do cotidiano. Em meio ao fluxo de pensamentos e de rememorações, denota-se um futuro cada vez mais incerto. A voz em primeira pessoa sustenta as reflexões de Ângelo, que mais se assemelham a devaneios sobre um tempo perdido, imerso em ambiguidades.
Com o desenvolvimento da narrativa, é possível para o leitor constatar que o regresso de Ângelo a Buganvília não se dá pela satisfação de um reencontro postergado, mas principalmente na reelaboração de uma consciência atávica, que parece cobrar contas, ou pagar o preço de permanecer aprisionado no tempo. Por mais que Ângelo se mobilize afetivamente em seus reencontros, nada parece mais contingente do que a expectativa do futuro, que se defronta com as pendências do passado.
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