Antonio di Benedetto |
Hoje tive contato com mais um formidável escritor argentino, do qual sabia apenas o nome: Antonio di Benedetto. Foi maravilhoso, emocionante, vê-lo descrever os rumos de sua vida, desde a tenra infância em Mendoza, e doloroso conhecer seus últimos anos, detido, torturado e exilado pela ditadura militar. Eu o encontrei casualmente ao zapear o Youtube, no programa A Fondo, produzido nos anos 1970 pela TVE e conduzido pelo excelente jornalista Joaquin Soler Serrano.
Tomava meu café da
manhã e, comme d’habitude, buscava alguma nova narrativa de Jorge
Chacho Marzetti dos contos de Cortázar ou Borges, quando me surgiu na telinha a
entrevista com Benedetto. Foi um grande prazer. Depois passei a tarde
assistindo outros programas relacionados a sua vida e obra, produzidos em sua
maioria pelo Canal Encuentro.
Pude descobrir a força, beleza e originalidade da sua ficção, respeitada por tantos quantos surgiram em depoimentos. Conferi um longa-metragem, Aballay, el hombre sin miedo, de Fernando Spiner, baseado em um conto homônimo de Benedetto, e uma entrevista da Lucrécia Martel sobre sua adaptação para o cinema do romance Zama. Na verdade, me envolvi com as ricas análises de sua obra, com o grande respeito dos amigos e de outros escritores, que reconhecem a qualidade da literatura de Benedetto.
Como jornalista, os elogios foram mais pelas qualidades em conduzir o jornal mendocino Andes, o que lhe valeu a violência sofrida nos 17 meses de cárcere. Graças a uma ampla campanha internacional, conseguiu a liberdade e o exílio na Espanha, onde viveu por oito anos. Retornou ao seu país no início da redemocratização, passando em Buenos Aires seus últimos dois anos.
(atualizado em 23.02.2021)
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