03 dezembro 2020

Horizonte íngreme

 

De volta ao futuro: o modo de produção escravagista.

Dezembro nos alcança sem que haja mudanças positivas no quadro da Covid-19, mas ao contrário, os últimos dados mostram um certo agravamento nos contágios. Segundo a agência Reuters, só no dia primeiro deste mês foram mais de 50.000 novos contágios e quase 700 mortes. No total, já são 173.817 segundo dados oficiais do ministério da saúde. Deveremos terminar o ano ainda encerrados em casa, mantendo uma quarentena mínima, evitando aglomerações. O governo estadual e municipal, gerenciados pelo PSDB, evita tomar medidas mais enérgicas de controle de circulação, o que só contribui para o repique da doença, uma vez que as pessoas se lançam para as ruas, para as compras, para os bares, muitas vezes sem as precauções necessárias.

Estive no final de semana na casa de meus pais, visitando-os e para votar no segundo turno das eleições municipais. Um fiasco para as esquerdas, que obteve vitórias isoladas, como Belém do Pará pelo Psol e cidades médias como Juiz de Fora, Diadema, Mauá e Contagem, pelo PT. A grande maioria das capitais e municípios ficou nas mãos de partidos de centro-direita, de gente que está no poder desde a derrubada do governo Dilma, em 2016 e que possuía, em um ano atípico com respeito à campanha eleitoral, os recursos da 'máquina' para investir em seus candidatos. Aqui em São Paulo esse 'investimento' chegou ao ponto de distribuição de cestas de alimento às vésperas das eleições. 

Bolsonaro e suas hostes radicais também não amealharam bons resultados, e o que é pior, não consolidaram bases eleitorais. No Rio, sua derrota foi brutal, com dois entre três candidatos votando no adversário, Eduardo Paes. De um modo geral, o grande povo miserável fica jogado no limbo, um sofrido ponto morto político em que o empuxo da esperança utópica e da solidariedade social é substituído pela letargia conservadora, sinalizando uma continuidade nada auspiciosa para o bem-estar social.

 

 

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