08 abril 2011

Sonhos de uma noite de outono




Dos fragmentos convulsos de imagens que intervieram em seu sono, restou-lhe a mais consistente e a mais deleitosa, e talvez por isso, a que repercutiria por toda a manhã, e pelas horas de solene devaneio, em que o silêncio se fez companhia. Sabia que elas desvaneceriam ao fim de cada reminiscência, dissolvendo a suave textura das expressões, os cabelos revoltos, a brisa persistente, atiçada pelo mar ao fundo, em seus tons mais sóbrios do crepúsculo...

Por isso escreveu logo após o primeiro despertar, coligindo os detalhes fugidios em meio à rememoração. E traçou os contornos sutis, como a face sorridente da felicidade, mas sobretudo esse olhar que o penetrava com ternura, o convite para uma longa caminhada juntos, imersos pelo tempo generoso, ao sabor das areias quentes e excitantes...


2 comentários:

porsiempreamapola disse...

Don Bullit, ¿cómo se encuentra? Qué alegría que siga escribiendo (¡algo que persista!...)

Marco Antônio Bin disse...

Gracias por tus palabras, Daniela. Seja bem-vinda!