25 janeiro 2009

Sobre a torrente pós-moderna


Num mundo onde os videogames ultrapassam os filmes, a rapidez na tela cria carreiras no ramo do entretenimento. Anúncios e videogames são hoje centros de treinamento para a carreira de diretor de cinema. Não admira que, frequentemente, a edição dos filmes não sirva para acelerar a consciência linear, mas para atacá-la. A narrativa não passa de pretexto. Em filmes de ação, perseguições seguem-se a perseguições, um veículo atrás do outro: carros, utilitários, caminhões, ônibus, trens, aviões, helicópteros, hovercrafts, teleféricos, tanques, o que se quiser. A questão é nos sacudir, chocalhar e rolar, manter-nos sem fôlego, deliciar-nos, caçar-nos e mergulhar-nos numa ávida suspensão da descrença. Dizer que a trama resultante ‘não faz sentido’ erra o alvo, já que, em geral, o objetivo é só fazer sentido suficiente para permitir que os sentidos assumam o controle”.

Todd Gitlin, in Mídias sem limite
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