Expulsão dos palestinos, 1948 |
A segunda-feira começa ensolarada, temperatura em torno de 22º.C. Seguem os ataques israelenses em Gaza, com uma violência inaudita, sem qualquer perspectiva de alguma trégua. Várias agências da ONU, em declaração conjunta, apelaram a um "cessar-fogo humanitário imediato", que por certo serão ignorados pelo Departamento de Estado e pelo governo israelense. O problema parece ser a completa ausência de limites à ofensiva das FDI, ignorando a população civil, ou confundindo-a com os combatentes do Hamas. Segundo o comunicado, Toda uma população está sitiada e sob ataque, sem acesso aos bens essenciais para a sobrevivência, bombardeada nas suas casas, abrigos, hospitais e locais de culto. Isso é inaceitável. A grande questão que ainda nem se esboça no horizonte longínquo: em que condições se dará a reconstrução de Gaza?
Verifico pessoalmente a penetração da retórica ameaçadora israelense: no sábado, após o ato em apoio à Palestina, encontrei com um casal portando bandeiras palestinas. Perguntei se podiam me dar uma e o rapaz, de maneira solícita, entregou a que levava pendurada no corpo. Tomei o metrô, encontrei Moniquinha, participei de um belo lanche da tarde com sua família e na volta, ela me pediu para não levar a bandeira (dobrada), pois poderia ser perigoso.
Massa e Milei continuam suas campanhas para a presidência da Argentina, e por mais que me informe com os índices das pesquisas, não consigo ter uma informação concludente, pois há diferenças nos resultados. A última, da consultoria Analogías, divulgada pelo jornal Página12, mostra Massa com 42,4% e Milei com 39,7%, com mais de 12% de indecisos. Essa diferença já foi de 8 pontos há dez dias, e certamente se reduziu em função do apoio de Pato Bullrich e de uma parcela de Juntos por el Cambio. Preocupa que o ultraliberal não perca popularidade mesmo com seus atos estúpidos. Ao contrário, seus momentos de choro e de agressividade parecem cair bem na avaliação de uma parte da população. Fora esses momentos bizarros, nada acontece de substancial para uma redução tão acentuada em tão pouco tempo. Nada consegue deter o impulso da imbecilização coletiva.
Nesse sentido, contribuem atores como Macri, que sobe à ribalta tal como um boneco teleguiado, para proferir suas certezas, atacar o peronismo e cumprir com as ordens da central a que se submete, no mínimo para criar o caos, ou para ajudar a preservar a hegemonia do poder real. Tem desempenhado tais propósitos com esmero. Mesmo que sua fala seja torpe e sem substância, tem garantido o espaço midiático e, sem nunca se alterar, profere os argumentos que, repetidos à exaustão, acabam assimilados, talvez como verdades ineludíveis.
Por representar a nata do poder econômico e midiático, sua imagem fornece confiabilidade. Sem um filtro crítico considerável, que questione seu governo e seus atos, suas palavras tornam-se palatáveis para uma parcela que deseja mudança - sem compreender que esse não é o caminho de qualquer mudança! Subindo ao proscênio no momento mais delicado da campanha presidencial, guindado sabe-se lá por quantas mãos e cérebros poderosos, para além de ser um homem do mercado, Macri é um homem do sistema, com o mais absoluto apoio das corporações jurídico-midiático-financeiras.
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