14 novembro 2021

Eleições legislativas na Argentina

Calle Santiago del Estero, 2015

Eleições encerradas, 18h30. Teremos em menos de uma hora os primeiros resultados do sufrágio que irá renovar la mitad de Diputados y un tercio del Senado. Nas primárias abertas simultâneas e obrigatórias (PASO) ocorridas em setembro, a derrota oficialista foi contundente: Juntos por el Cambio, a oposição majoritária de cariz conservador, reuniu 41,53%, um acréscimo de pouco mais de 11% em relação às últimas eleições; a Frente de Todos, grupamento que comanda as duas casas legislativas e o executivo, peronista, reuniu 32,43%, uma queda de mais de 32%. A coalizão de direita teve 6,41%, sob a liderança de uma figura folclórica, Javier Milei, e conseguiu mais votos que, por exemplo, a Frente de Izquierda (5,12%) e outra coalizão peronista, mas rompida com o kirchnerismo, Vamos con Vos, (5,54%). Milei é uma espécie de Bolsonaro argentino, não tão tosco e fútil, mas igualmente fanfarrão, bastante popular entre os jovens. 

O que se espera, no bunker do oficialismo, é que ao menos a diferença seja reduzida, uma vez que o tempo passado entre as PASO e estas eleições foi de dois meses. Já se sabe que houve um acréscimo de 10% no número de votantes, o que não significa que seja uma boa notícia para o governo. Tenho ouvido pelas manhãs a programação da rádio AM 750, sob o comando da equipe de Victor Hugo Morales, onde diariamente acompanho as análises da complexa conjuntura política que afeta o desempenho governista, assim como os problemas econômicos crônicos, como desemprego e a alta inflação, que não foram devidamente atacados. Ouço agora os primeiros informes vindos de distintas províncias, e as análises seguem muito cautelosas. Nada parece indicar, até o momento, que haja grande mudança em relação às eleições primárias. Aguardemos.



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