A miserabilidade fake desse desgoverno |
Este desgoverno que nos desmonta havia sido sabiamente
desacreditado por um jovem haitiano no começo deste ano, "Bolsonaro acabou", proclamava diante de um presidente estarrecido e sem saber como reagir. Era a mais pura verdade, um desgoverno que se fragmentava não pela ação de forças políticas opositoras, mas por suas míseras disputas internas. Hoje, esse caldeirão expeliu mais um integrante do ministério, o todo ungido e poderoso
Sergio Moro, da Justiça. Aos poucos a grande farsa do capitão-mito emerge com
força, deitando rastros irreversíveis. Para onde vamos, o que será do Brasil, a esta
altura é impossível imaginar, mas tenho a impressão que esses flibusteiros
haverão de pagar caro por seus desmandos, por se colocarem como os senhores absolutos de um novo tempo.
Ainda neste último fim de semana circularam pelas capitais as
carreatas de uma burguesia bem fornida exigindo o AI-5, o direito de irem e
virem ao trabalho e consequentemente o fim do isolamento preventivo. Não
acreditam na letalidade do vírus, é bem possível que também estejam de acordo
com as diatribes olavistas e acreditem no terraplanismo, no fechamento de
instituições como o STF e o Congresso, na liberdade sob o autoritarismo de um
capitão inconsequente.
Pois não passou uma semana e esses celerados, que fizeram muito
ruído pelas ruas, agora estão sem seu superministro em quem tanto confiavam e
veem seu rei nu. É curioso acompanhar o desmonte de uma estrutura forjada na
mentira, nas falsas verdades esparramadas pelas redes sociais; o que temos é um
presidente absolutamente incapaz de encaminhar um projeto, premido por sua
arrogância. Sua fala hoje, logo após a demissão do superministro, foi
no mínimo patética.
É impossível ouvir sua fala de improviso, sem imaginar a pobreza
de seus recursos intelectuais. O charlatanismo que contagiou tantas pessoas só
pode, por fim, ser acreditado como ridículo e caricato ao ser confrontado com
as próprias fragilidades internas do desgoverno. Como num passe de mágica, ficou transparente até para o mais imbecil dos seus seguidores que não
há o que esperar desse sujeito e seus filhos. E agora nem do superministro, comandante-chefe do combate à corrupção. As disputas internas aceleram sua entropia, logo
será a vez do ministro Chicago Boy e não restará senão um cansaço vazio e
putrefado a nos envolver.
Hoje à tarde desfrutei as delícias de um horizonte alaranjado, todo o frescor do belo sol outonal se pondo para amanhã retornar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário