24 abril 2020

Nêmesis

A miserabilidade fake desse desgoverno

Este desgoverno que nos desmonta havia sido sabiamente desacreditado por um jovem haitiano no começo deste ano, "Bolsonaro acabou", proclamava diante de um presidente estarrecido e sem saber como reagir. Era a mais pura verdade, um desgoverno que se fragmentava não pela ação de forças políticas opositoras, mas por suas míseras disputas internas. Hoje, esse caldeirão expeliu mais um integrante do ministério, o todo ungido e poderoso Sergio Moro, da Justiça. Aos poucos a grande farsa do capitão-mito emerge com força, deitando rastros irreversíveis. Para onde vamos, o que será do Brasil, a esta altura é impossível imaginar, mas tenho a impressão que esses flibusteiros haverão de pagar caro por seus desmandos, por se colocarem como os senhores absolutos de um novo tempo. 

Ainda neste último fim de semana circularam pelas capitais as carreatas de uma burguesia bem fornida exigindo o AI-5, o direito de irem e virem ao trabalho e consequentemente o fim do isolamento preventivo. Não acreditam na letalidade do vírus, é bem possível que também estejam de acordo com as diatribes olavistas e acreditem no terraplanismo, no fechamento de instituições como o STF e o Congresso, na liberdade sob o autoritarismo de um capitão inconsequente.

Pois não passou uma semana e esses celerados, que fizeram muito ruído pelas ruas, agora estão sem seu superministro em quem tanto confiavam e veem seu rei nu. É curioso acompanhar o desmonte de uma estrutura forjada na mentira, nas falsas verdades esparramadas pelas redes sociais; o que temos é um presidente absolutamente incapaz de encaminhar um projeto, premido por sua arrogância. Sua fala hoje, logo após a demissão do superministro, foi no mínimo patética. 

É impossível ouvir sua fala de improviso, sem imaginar a pobreza de seus recursos intelectuais. O charlatanismo que contagiou tantas pessoas só pode, por fim, ser acreditado como ridículo e caricato ao ser confrontado com as próprias fragilidades internas do desgoverno. Como num passe de mágica, ficou transparente até para o mais imbecil dos seus seguidores que não há o que esperar desse sujeito e seus filhos. E agora nem do superministro, comandante-chefe do combate à corrupção. As disputas internas aceleram sua entropia, logo será a vez do ministro Chicago Boy e não restará senão um cansaço vazio e putrefado a nos envolver.

Hoje à tarde desfrutei as delícias de um horizonte alaranjado, todo o frescor do belo sol outonal se pondo para amanhã retornar. 


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