09 fevereiro 2017

Entre informar e distorcer


Mais do mesmo: destaco aqui a cobertura jornalística de uma emissora argentina sobre a morte de Marisa Letícia, esposa de Lula. A diversidade informativa contida na rápida matéria produzida pela C5N, um canal voltado para notícias, só é possível na Argentina graças ao espírito da Ley de Medios, que embora bastante mutilada atualmente, ampliou a participação de agentes sociais nas comunicações no espectro magnético.

No Brasil, lamentavelmente as castas midiáticas controladas por algumas famílias e hoje, poderosamente castradoras dos fatos sociais, persistem em distorcer a notícia em favor do status quo golpista. Significa dizer que as contradições na montagem do discurso transformam os meios corporativos em meras agências de publicidade do poder usurpador.  

Retorno ao tema da concentração midiática, quando já imaginava farto em analisar o assunto. As surpresas desse jornalismo serviçal parecem não se esgotar e a Argentina, que passa pela mesma distopia do processo neoliberal, é capaz de mostrar vozes autônomas na construção do relato jornalístico. Estamos longe de dispor desse contraponto de ideias em nossa mídia; estamos longe de acompanhar a reflexão de jornalistas da estirpe de um Victor Hugo Morales, ou de um Pedro Brieger, no horário nobre.


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