27 novembro 2011

Sobre a misteriosa importância de existir



Ontem, ao final do dia, tive a alegria de participar de um lançamento, em uma banca de jornal! Lá estavam dois decanos do jornalismo decente deste país, Palmério Dória e Mylton Severiano. Entrei e me uni às três ou quatro pessoas que formavam uma fila para os autógrafos. Os escritores ocupavam um espaço diminuto, ao fundo da banca, reafirmando uma cumplicidade emocionante com os leitores. Ali estavam dois homens que lutaram, esgrimindo com palavras e ideias a resistência ao estado de exceção. O livro, Crime de Imprensa, relata os descaminhos da mídia brasileira murdoquizada, principalmente ao longo das eleições presidenciais de 2010. O prefácio, veja que delícia, é de Lima Barreto!! 

Poucos circulavam dentro e ao redor da banca. E revelava-se uma característica em comum, os olhares convidativos, gentis, pertencentes a essa gama de cidadãos que não recusam o bom desafio. Atrás de mim, na escassa fila, surgiu outro decano, Ricardo Kotscho. Na entrada da banca, um grupo servindo-se com coca cola, trocava impressões com Laurindo Leal Filho sobre o tema da democratização dos meios. Pessoas comuns, dispostas ao colóquio em pleno espaço público, mobilizadas pelos mesmos anseios, tornando imprescindível a misteriosa importância de existir.


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