Ao chegar na Faculdade de Jornalismo, a indisfarçável satisfação de retornar após um ano. As condições precárias permaneciam, o prédio não estava integralmente liberado, ainda faltava a biblioteca, um restaurante universitário, um ambiente de estar. Esbarrei na multidão de alunos, que circulavam pelo saguão diminuto, em meio às mesas de recepção. As aulas prosseguiam, mesmo com o congresso em seu primeiro dia, resolvi me afastar da agitação interna, acomodando-me sob o sol.
Ali, diante da entrada do prédio, não seria possível me concentrar para os apontamentos necessários, e permaneci observando o vai-e-vem de jovens, aqueles que chegavam atrasados para as aulas, os que saíam para a pracinha, um pouco mais adiante, para charlar, e aqueles que ficavam ao meu redor, encostados na mureta ou sentados no chão, entregues ao fluir dos acontecimentos.
Passado um tempo, entrei, atravessei o saguão e as escadas centrais, alcançando a pequena feira de livros. Ao redor, uns bancos estofados, escolhi um e folheei o novo livro de Ramonet, La explosión del periodismo. Tema perfeito para o alvoroço do ambiente. Concentrei-me por um tempo em certas passagens do livro, quando minha atenção foi chamada para o que seria um espaço no subsolo. Levantei-me e vi os estudantes preparando mais faixas, mais cartazes, que logo decorariam algum ponto da faculdade, ainda não tomado pelas arrebatadas palavras de ordem...
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