11 setembro 2011

A chama que não se apaga


A data de hoje cala fundo em minha alma, ainda uma vez, ao relembrar a brutal destituição do governo Salvador Allende. Um governo eleito democraticamente, e que se manteve no estrito marco da constituição para enfrentar a onda de sabotagens que o minaram desde o início, sobretudo as patrocinadas pelo Departamento de Estado. Seu chefe, Henry Kissinger, prêmio Nobel da paz no mesmo ano, comentou: "não vejo porque nós temos de esperar e olhar um país se tornar comunista devido a irresponsabilidade de seu povo". E trabalhou arduamente para fazer a economia do Chile chiar, até o desdobramento do golpe. 

O resultado foram as dolorosas imagens do La Moneda ardendo, bombardeado sob as ordens covardes de Pinochet, que poucas semanas antes havia assumido o comando do Exército, substituindo a Carlos Prats, jurando fidelidade ao governo Allende. Deste momento de opróbrio, o Chile percorreu um longo caminho para reencontrar a democracia. Resta  celebrar a justiça social. Neste sentido, não deixam de ser estimulantes as manifestações abertas de estudantes e professores chilenos, que tomam as ruas com objetivos claramente definidos, expondo uma parte das feridas sociais acumuladas nestes 38 anos. 


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