As noites, invariavelmente, eram passadas na capital portenha. As opções, não tantas, pelo menos nesta estadia. Sentar-me nos cafés para a organização da apresentação, ou para a leitura de um texto, de quando em vez olhando para as ruas e ver Buenos Aires passar... Meu preferido, desta vez, o Los Galgos, discreto e antigo café, localizado na Callao, bem próximo da Corrientes das livrarias e teatros. Lá estive por duas noites, acompanhando o atendente, discreto em seus movimentos parcimoniosos, imerso em seu belo uniforme branco e negro. Não nos falamos, a não ser para o pedido dos cortados. Nas duas visitas, os clientes me pareceram os mesmos, sentados diante das mesmas mesas, cumprindo os mesmos rituais. Era o lado de fora, a rua gélida e turbulenta, que indicava-me o passar do tempo. Quando o movimento de pessoas se fazia menos urgente, então, um inevitável impulso me convidava a arrumar o cachecol e retomar a flânerie...
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