12 agosto 2011

O retorno a Cambeville




"Era como se a caminhada sorrateira despertasse os deuses fracassados em seu sono eterno e o purgassem com lembranças desvairadas, incompletas, assim como inquietação. A cada olhar, a cada decisão, ele sentia uma pulsação na parte posterior da cabeça, como a orientar-lhe na peregrinação desafiadora. Que fosse insensata ou mesmo inconsequente, ele desejava descobrir em cada rastro marcado por seus passos, as pistas para a continuidade de sua vida. Enveredava para além do desencanto que o recebia sem piedade, pois afinal, havia uma insolência a desafiar a acomodação longamente estruturada. Seria o fim, ou o começo, ou apenas uma solene perda de tempo, coisas que poderiam ser dolorosamente sondadas, com o inefável devidamente instalado em seu bornal..." 



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