Dominance... submission... radios appear
New Year's eve, it was the final barrier
Dominance... submission... radios appear
We took you up and put you in the back seat
(Dominance and submission, Blue Öyster Cult)
Não são boas as
notícias que apreendemos na vida cotidiana. Grande parcela da sociedade, mais
do que nunca, submerge em uma letargia onde sequer o péssimo nível de governabilidade que se constrói, aliado a demolição do Estado democrático de direito, não é capaz de insuflar indignação. Persiste envolta no que parece um desejo
irresponsável de mudanças, sem refletir na mediocridade das escolhas. Deparo
tristemente com a absoluta falta de análise crítica, resultado de uma formação educacional que nada explica, que nada tensiona.
A vulgaridade incorpora-se
ao relacionamento diário com as redes sociais, que há dez anos prometia – e talvez
ainda prometa – possibilidades produtivas de práxis social. Isoladas na
individualidade ou em pequenos grupos, as pessoas navegam ao sabor da profusão
insensata de opiniões de outros indivíduos isolados ou pertencentes aos mesmos
grupos. As bolhas comunicativas não constroem ideias, mas entorpecem a
criatividade e a consciência de mundo.
Estamos diante de um
quadro social de mudanças, sim, mas em direção de um “bem-estar colonial”, onde
do ponto de vista externo, a nação se submete em seus desígnios à nação
dominante, permitindo-nos uma sobrevivência mansa, “segura” e voltada para projetos
abjetos. E do ponto de vista interno, prevalece a liberdade de ação de dirigentes
medíocres, que uma vez aceitando as orientações estratégicas de submissão externa,
têm o poder e a garantia de estabelecerem uma governança autoritária, voltada para os interesses pessoais.
Para a grande massa, sobrevém a paulada ideológica: restrição nos direitos individuais, controlada por uma moral neoliberal que valida
toda forma concorrencial e no nosso caso, abre o flanco para o controle social
a partir dos valores pautados pela mais retrógrada moral cristã.
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