17 julho 2016

Entre o arcaico e o transformador

Der Streik, Robert Koehler

A prepotência murdoquiana (Rupert Murdoch) deixou de ser brincadeira de amadores. Nestes cinco anos, as mídias tradicionais aprofundaram sua cruzada por transformar a análise crítica e a saudável possibilidade do equívoco, em um inquestionável mundo do faz-de-conta emanado por interesses corporativos.

Da ideologia gestada no ventre do sistema produtivo neoliberal, promovem espetáculos de pouca fé, pautados por dois sentimentos, medo e ambição. Na escalada delirante, enquanto acalentam a forma do quietismo social, amargam a vitalidade do moribundo.


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Este breve texto surge em função de uma postagem que fiz há cinco anos e que republico em minha página do facebook, ao destacar um artigo de Luis Nassif sobre as saudáveis transformações que as redes sociais promoviam como contraponto ao que denominava de 'velha mídia', então submetida ao estilo Murdoch de jornalismo. 

Considerei oportuno trazer o tema também aqui, com um breve comentário. Naquele momento o desenvolvimento das plataformas digitais e a popularização do acesso das redes sociais não implodiram, como se imaginava, a prevalência do oligopólio midiático. Ainda assim, elas se disseminam pelo tecido social, produzindo novas formas de protagonismo na produção da informação e do conhecimento. 

A atual crise política e o papel das mídias corporativas - ou podemos denominá-las definitivamente como velhas mídias - confirmam sua função de ponta de lança no atual processo golpista, sem proporcionar qualquer liberdade narrativa e de maneira trágica, reiterar seu comprometimento histórico com as oligarquias políticas do país.


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A ilustração escolhida reflete o puro desejo de resistência.



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