Thomas Sankara. Neste ano se completam 25 anos de sua morte. Foi mais um desses homens que nos estimulam a entender que o desafio é um componente inalienável da vida. Em tão poucas palavras, ele foi o presidente de Burkina Faso, e durante quatro anos, procurou minimizar a miserabilidade de seu povo, promovendo diversas iniciativas de distribuição de riqueza. Tinha um quê utópico em suas atitudes, uma espécie de Che Guevara da África Negra. Levava no coração o sentido de coletividade, e basta reparar em sua expressão para sentir que se tratava de um homem determinado e valoroso. Pelo senso de justiça, era amado por seu povo, e tal como os grandes transformadores de nosso tempo, como Allende, Luther King, o próprio Che, terminou assassinado por Blaise Compaore, que, no poder desde então - e certamente com a benção dos governos do norte - destruiu a esperança e reconduziu seu país aos caminhos da submissão econômica e da miséria profunda.
Deixo o registro da intervenção de Thomas Sankara na reunião da OUA (sob o tema Frente Unida contra a Dívida) em julho de 1987, três meses antes de seu assassínio.