17 setembro 2025

Das trevas, para um novo tempo


Arnaldo Antunes, show Novo Mundo


Como é triste ver tanto desconsolo junto. Mas chegará o dia, e não tenho a menor dúvida, de que toda essa balbúrdia política proclamada com tanta pompa e pouca substância pela direita no mundo será desmascarada, e seus cúmplices devorados pelo ocaso. Pelo menos por uma geração, ou duas, tal como ocorreu com o fascismo europeu dos anos 1930. Há, no final das contas, uma fragilidade humana que procura se travestir de heróis justiceiros e, com isso, pobremente convencer as pessoas de que agem de acordo com a justiça e a liberdade. E maltratam. E assassinam. Lançados uma vez mais ao proscênio das ações políticas, essas lideranças xenófobas reagem às demandas populares com sua habitual retórica verborrágica, que por um momento entusiasmam, para depois consubstanciarem o trágico. 

Como se o aprendizado histórico não tivesse mais efeito, e toda a tragédia precisasse ser revivida, com uma outra roupagem. Desta vez, nenhuma guerra mundial salvará a humanidade de tantas personagens lamentáveis; restará a ação da resistência de uma esquerda de distintas colorações que, em um trabalho difícil, persistente, assumirá para si e para o mundo a consolidação de bastiões democráticos, renitentes, consistentes, a rebater os malefícios socio-político-econômicos dessa safra de tiranos. Não faço a menor ideia de quanto isso dura, mas a farsa irá sucumbir diante das evidências. Estamos todos compelidos à luta de nosso fundamental de nosso tempo. 

E não há como medir esforços para romper a ignorância política, com o compromisso de restabelecer o convívio entre adversários (e não a produção de novos inimigos), a prática indispensável dos intensos, indispensáveis e verdadeiros embates políticos. 



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