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A obra magna de Victor Hugo |
Encaro
uma certa melancolia nestes dias, a esse mesmo horário da tarde, ao perceber o
sol lentamente se pondo, encerrando a jornada. A noite sobrevém, fria, o céu
limpo, mas fica a impressão de que se perdeu muito em não aproveitar o calor do
dia, como se deixasse escapar a beleza abertamente ensolarada na cidade.
Confesso que ainda me recupero das cirurgias de pele, o que me impede de me
expor longamente ao sol, de modo que o aprecio como posso, da janela de minha
sala, tão referenciada em meus contos, ou atravessando a Augusta para um café
no Soul. Na espera do tráfego se acalmar, recebo os raios não tão aquecidos
diretamente no corpo, e por essa razão retardo a travessia. E isso é tudo.
Diante de
mim, Os Miseráveis, de Victor Hugo. O desejo de começá-lo, por fim. Talvez nas primeiras horas do anoitecer, e aos poucos, a cada dia, conhecer mais da vida de Paris no início do século XIX a partir do personagem Jean Valjean. Sim, pode ser, aqui está o livro, seus dois volumes, em tradução desconhecida. Nas
primeiras páginas, uma assinatura minha, com a data 21.11.76. Logo abaixo, apus
nova assinatura, com a data de hoje. Quase cinquenta anos depois. Se tivesse
lido naquela primeira ocasião, bastante coisa poderia ter acontecido, e tantas
outras ocorrido de modo diferente. Sabe-se lá.
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