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Em uma parede de Nápoles |
O mundo segue sob o estrebuchar de uma direita desvairada, que regurgita
ameaças sem um princípio sensato, sem uma virtude objetiva. Promove em escala
mundial o ódio, a segregação, o individualismo, o medo, a desrazão. Não foram
apenas os decretos assinados por Trump em sua posse, por si só um gesto
simbolicamente arrogante, mas os ecos dessa empáfia que percorreram o mundo, formatados
nas declarações de Milei em Davos contra a pluralidade de gênero, e mais
recentemente, em repetição às diatribes de Trump em relação ao México, prometendo
construir um muro na fronteira com a Bolívia, um muro de 200 metros, cuja
serventia é desconhecida. Como Trump e Milei, espalham-se os falastrões,
pequenos, médios, grandes, com o entusiasmo de promover um radicalismo
neoliberal do qual não assumem as consequências éticas, políticas, sociais, e que
ali na frente se encontra com os dogmas fascistas. Somos um planeta que adoece
sob a destruição por um capitalismo demente, que produz em escala jamais vista
antes bilionários na medida que empurra milhões de seres humanos para a vala
comum. A trégua em Gaza é um acontecimento bestial, pois a partir desse momento
artificial de paz, podemos acompanhar as dezenas de milhares de pessoas
regressando aos seus lares, sobreviventes, caminhando e levando seus corpos sob
os escombros. Nada sobrou, e muitos foram mortos sem misericórdia. O objetivo
principal, o resgate dos reféns israelenses, só ocorre agora com as negociações, que
podiam ter sido encetadas no começo. Ruínas, morte, destruição, isso me parece
a imagem desse capitalismo pernicioso, que blasfema e se militariza, enquanto
fenece. Uma pequena empresa chinesa golpeou em quase 1 trilhão de dólares as
poderosas companhias estadunidenses do setor de tecnologia ao desenvolver um
chatbot bom e barato. Trump vai espernear, mas o que pode fazer, sancionar os
chineses? Não vai dar certo. Gastar um dinheirão a mais? Pode ser. Bater na
mesa como um valentão? É provável, mas isso não impedirá que ele entenda o
movimento dos mercados (que ele tanto ama) em torno das melhores oportunidades.
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