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Foto de Gregory Crewds |
Dois anos do fatídico ataque bolsonarista à Praça dos Três Poderes, numa intentona grotesca, produzida por gente igualmente grotesca. Muitos, não tantos, foram punidos pelos atos de vandalismo, que objetivavam a derrubada do governo recém-eleito democraticamente. Com o passar do tempo, ficou claro que as intenções por trás das falas de Bolsonaro, e de seus generais golpistas – como por exemplo lançar dúvidas sobre a urna eletrônica – não passava de uma cortina de fumaça para toda a ação pretendida com o objetivo de realizar um golpe de estado.
As gravações recuperadas nas investigações da PF demonstram o quão essa gente esteve perto de realizar a derrubada de Lula, com sua prisão e assassinato, juntamente com Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Morais. Aliás, foi graças a Xandão, com ações oportunas e tidas por muitos como autoritárias, que impediu o sucesso golpista. Enfim, o pior é que não dá para se dizer que essas hostes degeneradas aprenderam alguma coisa. A democracia venceu, mas é comum ouvir versões aqui e ali de apoio à trupe inconsequente. Só agora as obras do Planalto foram restauradas, o que permitirá sua exposição pública. Com muito custo as políticas públicas foram retomadas e seguem seu curso, permitindo a recuperação do poder de consumo das famílias.
Mas a sombra do golpismo permanece à espreita, e não sabemos o que teremos nas eleições de 2026, que se aproximam com rapidez. Ainda não vejo uma força popular, democrática, que se apresente de maneira consistente e convincente para a sociedade. O nome de Lula é o único que aparece, mas não vejo como possa lançar mais uma candidatura sem criar forte resistência à direita. Há uma triste impressão de que as atitudes necessárias para impedir uma nova versão da patuscada de 2022 não foram tomadas. Ainda se percebe que esse tumulto brancaleonico encontra respaldo em significativas parcelas da população, haja vista as provocações a respeito do filme Ainda estou aqui, de Walter Salles, um sucesso nacional com mais de 3 milhões de espectadores, que conta de maneira muito delicada o que foi a violência do estado de excessão da ditadura, e mesmo assim produzindo detratores.
O que veremos em 2026, que tipo de candidatura, uma vertente trumpista, um fantoche
das elites ao estilo Milei? A se considerar o lamentável episódio Pablo Marçal,
nas eleições paulistanas, podemos ter dolorosas surpresas. A democracia terá força para redigir um programa de governo capaz de vencer não apenas a eleição majoritária,
mas de fazer maioria no legislativo?
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