por Enrico Natale |
Para se assumir uma função de destaque na diplomacia, há que se ter sangue de toureiro, e estar preparado para muitas noites insones. Para se assumir uma posição na diplomacia que esteja contra o mundo, há que se comportar como um psicopata, ou em outras palavras, ter um desprezo pelo mundo. Mais uma vez foi votada na ONU, de maneira inequívoca, a condenação pelo bloqueio que os EUA impõem contra Cuba. Foram 187 votos pela resolução, uma abstenção (?) vinda da Moldávia, e os dois solitários votos contrários, Estados Unidos e Israel. Nada muda: a posição do governo estadunidense prossegue férrea, não apenas mantendo o embargo econômico, comercial e financeiro, como estabelecendo sanções contra as empresas que o rompem. Nada muda, o isolamento, a deterioração econômica, o sofrimento da população cubana prosseguem, como se ainda estivéssemos nos tempos da Guerra Fria, como se Cuba, de fato, representasse uma ameaça à segurança e à existência dos EUA.
Em uma inesperada resolução diplomática, a Argentina votou contra o embargo, na Assembleia da ONU. Terá sido uma decisão à revelia do ministério de Relações Exteriores? Como consequência, Milei exonerou a chanceler Diana Mondino. Em comunicado oficial, o escritório da presidência declara que "iniciará uma auditoria do pessoal de carreira da Chancelaria, com o objetivo de identificar os impulsionadores de agendas inimigas da liberdade". Ou seja, a perseguição macartista (e não a liberdade) avança.
Enquanto isso, o novo objetivo atacado pelas forças de Israel no Líbano foi Baalbek, cidade designada como Patrimônio Mundial da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1984. Existem exemplares bem preservados de templos romanos, alguns datados de 3.000 anos. Como em outras situações, em outras partes da Palestina e do Líbano, a população é obrigada a se deslocar, em razão dos ataques preparados contra alvos do Hezbollah.
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