24 junho 2024

Sobre Lênin e a Palestina


Lênin e Palestina, tudo ao mesmo tempo agora

 

Sobre Lênin, leitura da rápida e bem escrita biografia escrita por Moniz Bandeira, com primeira edição publicada originalmente pela Alfa Ômega em 1978, sendo reeditada em 2017 pela Civilização Brasileira. De Said, a discussão sobre a questão palestina, em um texto instrutivo e ainda muito atual, publicado pela editora Unesp na mesma época que o Lênin de Bandeira, em 1979, com um prefácio do autor de 1992. A leitura avança como está posto, juntos e simultaneamente, me agrada saltar da cuidadosa análise de Bandeira para a cuidadosa  construção de Said. 

Temas espinhosos e difíceis, como se vê, há bastante tempo, e lamentavelmente muito pouco contemplados hoje em dia, malgrado tanta pressão econômica vinda do neoliberalismo, por um lado, e pelo brutal morticínio contemporâneo, de outro. Definitivamente, não são discussões levadas às salas de aula, não pela rejeição de nossos jovens, mas pelo mal preparo, para não dizer pura incompetência, dos professores.  Tornaram-se tabus, expostos quando o são, de modo supérfluo, assim como o tema do aborto ou da violência racial. 

Falar sobre o comunismo revolucionário ou sobre o direito de autonomia da Palestina, hoje, proporciona de imediato um mal-estar incompreensível. E preservam-se, pela má-vontade (ou pela ignorância), como assuntos que despertam preconceito, mensurado pela profunda desinformação geral, o que significa dizer, em termos bem diretos, que são de imediato congelados na prateleira dos temas "polêmicos", e que por isso, adiáveis ou descartados. 

O que sugere, quase de imediato, o fim de qualquer conversa elucidativa.


 

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