O mar quebrado |
Há que se ter força e determinação para enfrentar as hostes de um conservadorismo bronco que se esparramam ameaçadoras, por todas as partes. Em sintonia com outras épocas históricas, surgem amparadas por interesses econômicos poderosos, tornando o embate muito desigual. Apenas ir para a rua não parece a solução adequada, essa direita ressurge obscena, fútil, despreocupada com as consequências de uma esquerda mobilizada. Em sua luta pelo poder, desprezam seus adversários, tratando-os como inimigos, promovendo cruzadas sucessivas, ao preço que for, contra os novos infiéis.
Não lhes falta dinheiro e disposição para a farsa, haja vista o que ocorreu recentemente com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, atacado de maneira vil por um flanco inesperado, a integridade de sua esposa, Begoña Gómez. Inicialmente disposto a renunciar ao cargo (felizmente desistiu de fazê-lo), Sanchez declarou que “não vale a pena” caso “mentiras mais grosserias substituam o debate respeitoso e racional baseado em evidências”. Essa direita ressurgida na farsa acintosa e movida pela corrupção moral, não parece dar sinais de compreensão da dignidade e do respeito ao próximo.
Não resta outro modo de agir à essa direita senão a mentira e a violência. A primeira é um bólido substituível por outros bólidos, mais possantes, a segunda se perpetua na carne e no imaginário. A primeira se realiza através da reprodução maciça orientada por uma pulsão de morte, que transborda silenciosa os espaços digitais e se cala no coração dos incautos. A outra é uma consequência da primeira, trata de reavivar a alma perecida com a energia irascível da intolerância, do ódio, da ignorância, os três espectros que se movem nas charnecas do ser e o fazem silenciar ante todas as evidências do gesto insano, agora cometido com naturalidade e presteza.
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