Ruined Landscape, de Tagreed Darghouth |
Pouco ou nada sei ainda sobre a poeta Fadwa Tuqan. Pelos raros sítios na internet que divulgam informações a seu respeito, nasceu em Nablus, na
Palestina, em 1917 e lá faleceu em dezembro de 2003, quando sua terra se
desintegrava sob a ocupação israelense. O que já aprendi de sua lírica de amor
e resistência me entusiasma a utilizar seus poemas patrióticos em minha
peça, Terra Devastada, de maneira peculiar, declamado como um
sopro que sussurra ao público a luta e o sofrimento de seu povo.
Abaixo,
um fragmento do poema (traduzido para o português) que antecede a ação dramatúrgica
do primeiro ato.
A previsão do oráculo نبوءة العرافةة (fragmento)
1.
Quando alcancei meus 20 anos
Uma antiga vidente me disse:
"Os ventos em seus sopros me contaram sobre ti
Disseram:
Os encantamentos do mal penetrante estão aqui
Em sua casa, a fraqueza e a destruição
Permanecem e continuam entrelaçadas
Até que chegue o cavaleiro consagrado escolhido
Os ventos em seus sopros me informaram
Que o cavaleiro vem
E não é fraco nem indolente
Os ventos me disseram que ele vem
por um caminho aberto
por trovões e relâmpagos"
Por que não perguntou a eles por mim
Ó vidente dos ventos
Quando vem o cavaleiro consagrado?
"Quando a recusa se tornar
Em eco e holocausto
As entranhas desta terra o expulsarem
De seu corpo com horror
Mas os ventos em seus sopros
avisaram: Tenha cuidado
Com seus sete irmãos
Avisaram: Cuidado
com seus sete irmãos!"
Sob as fissuras de meu teto rachado
Parei na varanda aos pedaços
Sonhando com o vir a ser
Esperando pelo porvir
Ouvindo a pulsação da semente enterrada
Que agita o útero da terra
Amamenta o coração no invólucro
Ó química de vida e morte...
Quando a recusa se tornar
Em eco e holocausto!
(...)
(tradução: Renata Parpolov Costa)
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