Na Síria, 500 mil mortos em dez anos de guerra civil |
Foi preciso chegarmos na sessão de ontem da CPI da Covid, no Senado, para que se desmascarasse, de modo conclusivo, o caráter do desgoverno do ex-capitão. Foi um xeque-mate, propiciado pelo depoimento de um deputado de sua própria base parlamentar. Sem discussão. O choro do sujeito, sem entrar no mérito de seus motivos, foi patético, de alguém que ainda se esforçava por acreditar nas intenções do ex-capitão. Xeque-mate! Fim de jogo! Desabou a cara de pau de um desgoverno que se sustentava em um falso discurso de honestidade. A denúncia do deputado envolve a omissão criminosa desse sujeito que ocupa a cadeira da presidência de nosso país. Não sobrou nada, não havia nada, só seus seguidores empedernidos se recusavam a crer! Até aqui o ex-capitão só cumpriu o que prometeu no primeiro mês de seu governo: destruir, para depois construir. Destruiu a base da civilização brasileira, e construiu o edifício de seus interesses e de seus apaniguados.
Nos 28 anos de sua desqualificada presença no Congresso, trabalhou em causa própria e de sua família. Isso apenas sinaliza a tragédia de sua eleição. Sobre os escombros da ruína que produziu na saúde, na educação, na pesquisa científica, na cultura, no emprego, na indústria, na Amazônia, repousam os corpos de mais de 500.000 mortos pela pandemia. No lugar de um combate eficiente ao vírus, com vacinas, com distanciamento, com uma política que envolvesse as esferas públicas do país e a conscientização de toda a população, optou por brincar diante da fogueira e se limitou a divulgar medicamentos inúteis. Optou também pela indiferença diante da insuficiência de equipamentos hospitalares. Nesse ínterim, passeou de moto, desafiou jornalistas, alimentou com carne de suas vítimas as hidras alucinadas que o tomam por mito e adoram ouvi-lo, tal como um Macbeth desvairado, "Mas fartei-me/ De horrores: o terror, já acostumado/ Com os meus pensamentos homicidas/ Não me surpreende mais".
Agora não há mais para onde correr, para onde fugir, o rei está nu, derrotado em todas as linhas, xeque-mate! Resta abandonar o tabuleiro e desaparecer. Poderá, quanto muito, prorrogar sua desfaçatez, explorando ainda mais o que sempre teve à disposição, violência verbal e corrupção.