Um
novo mês, o lento avanço do tempo sob esse governo inescrupuloso, que não tem
pejo em se declarar em sua ignorância. Embora eu navegue sem alimentar
esperanças de retomar a terra livre do ensino, gosto de pensar que posso
prosseguir na organização de meus textos para publicação, ainda que tardia, e
me envolver nas tantas leituras que disponho em minha saborosa biblioteca.
São trabalhos que me tomarão o tempo que tenho, de modo que não há lamento ou desconsolo. Paralelamente a isso, manter a saúde em dia e, nesse próximo ano, resolver minha questão trabalhista, retomando meus direitos vilipendiados no último emprego e obtendo os recursos merecidos de uma aposentadoria minimamente razoável.
São trabalhos que me tomarão o tempo que tenho, de modo que não há lamento ou desconsolo. Paralelamente a isso, manter a saúde em dia e, nesse próximo ano, resolver minha questão trabalhista, retomando meus direitos vilipendiados no último emprego e obtendo os recursos merecidos de uma aposentadoria minimamente razoável.
De golpe, vejo como os quartos desempenham um papel marcante em
minhas memórias. A começar pelo quarto de minha avó, a noite de setembro
de 1998 quando lá dormi pela última vez. Ela havia falecido no dia anterior, o ambiente rescendia sua presença e, sobre o criado-mudo, uma primeira versão de A Paixão Inútil que ela estava pela metade. Muitas e desencontradas lembranças,
que emergem ainda hoje e me trazem conforto.
Antes disso, por volta de 1984, um texto que publiquei recentemente em A Paixão Inútil chamado Duas irmãs e que se inicia com a descrição de um quarto em que uma delas desperta para uma longa jornada. Os infindáveis quartos de minhas inúmeras viagens pelo mundo, a imagem da narrativa de meu avô ao descrever sua última noite junto aos irmãos que ainda dormiam quando saiu para não mais regressar!
Recentemente, quando convalescia de minha cirurgia, o quarto da casa de meus pais que me alimentou tantas deliciosas impressões! Ouvir a chuva caindo sobre o jardim em seu monocórdio tamborilar ao longo da noite é uma das recordações que guardo. Mas não só, a delícia de se estar em um lugar em que o tempo está destituído de obrigações produtivas. Sentia-me protegido.
Ainda hoje é possível desfrutar a cama, o silêncio matinal cortado pelo canto dos pássaros, tudo sem a menor urgência.
Antes disso, por volta de 1984, um texto que publiquei recentemente em A Paixão Inútil chamado Duas irmãs e que se inicia com a descrição de um quarto em que uma delas desperta para uma longa jornada. Os infindáveis quartos de minhas inúmeras viagens pelo mundo, a imagem da narrativa de meu avô ao descrever sua última noite junto aos irmãos que ainda dormiam quando saiu para não mais regressar!
Recentemente, quando convalescia de minha cirurgia, o quarto da casa de meus pais que me alimentou tantas deliciosas impressões! Ouvir a chuva caindo sobre o jardim em seu monocórdio tamborilar ao longo da noite é uma das recordações que guardo. Mas não só, a delícia de se estar em um lugar em que o tempo está destituído de obrigações produtivas. Sentia-me protegido.
Ainda hoje é possível desfrutar a cama, o silêncio matinal cortado pelo canto dos pássaros, tudo sem a menor urgência.
(corrigido em 29.12.2019)
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