Ainda não estamos aptos a realizá-lo
A Argentina começa a desgarrar-se,
quatro anos depois, do flagelo que lhe foi imposto ao eleger o governo Macri.
Na semana passada a vantagem nas PASO da oposição peronista parece ter sido
decisiva para que, em outubro, seja sacramentado seu retorno ao poder. Mas a
que preço isso ocorrerá? A desgovernada gestão macrista, cuja política econômica foi subsidiada por pesados empréstimos do FMI e do Banco Mundial, trará sérios problemas para a o saneamento do Estado e para a retomada do crescimento sustentável. As minas de
efeito retardado foram semeadas e quem pagará será a sociedade argentina como um todo, conforme se viu com a disparada
do dólar logo no dia seguinte às eleições primárias.
Por aqui, o ex-capitão celerado
dispara contra a oposição peronista, divulgando o terror, sem medir as consequências, de que a Argentina se tornará a nova Venezuela. Assim, estamos com a democracia no continente emparedada por lawfare jurídico e por bravatas de falsos
profetas, cerceada desde sempre pelo poder dos conglomerados e instituições financeiras. Ainda pagaremos o pedágio de três anos até que uma nova onda democrática varra
o país e condene o desgoverno que começa a nos flagelar. Serão muitas perdas,
muitos atos insidiosos, muita verborragia política até que possamos reencontrar
o rumo civilizatório, sin pena ni olvido.
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