18 janeiro 2018

O desprezível mundo bancário

A Síria, na verdade, é um lugar que não existe.

Os homens, na visão bancária, já são seres passivos, cabe à educação apassivá-los mais ainda e adaptá-los ao mundo. (Paulo Freire)

Estamos passando por uma lenta e ao mesmo tempo turbulenta transição, ao cabo dela, não nos reconheceremos em nossas memórias, porque estaremos mergulhados nos desafios da prática competitiva. Ela nos conduzirá a um novo portal, onde a realidade vivida será um exercício constante e sem fim de disputas, com as atenções voltadas para o presente. O passado, descartado pelos conceitos de inutilidade produtiva por sacerdotes do capital, será abandonado. O futuro, depurando utopias tidas como regressivas, se resumirá à trilha do sucesso individualista a qualquer preço. Em outras palavras, estaremos refugiados no abrigo cômodo e enganoso do presente. O mundo será o palco iluminado das fantasias permitidas, de cumes inebriantes e precipícios resgatáveis, mas isso não fará diferença: seguiremos fadados a reproduzir, determinados, sem brilho, sem interesse.


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