O pulha-mor cumpre o seu papel
É o que nos resta, desmascarar a trouppe golpista de seu hálito morno, exalado no discurso cínico e dissimulado. Diante da desfaçatez dos atos, o brado merecido e dito com toda força, pulhas! Não passam disso. Claro
está que o golpista malandro não tem luz própria para bancar decisões do porte e do alcance que tem proferido. Está muito bem instruído por "consultores nativos e forâneos",
amparado por uma formidável rede publicitária, o que se convencionava chamar de
mídia corporativa até há bem pouco tempo, e por um judiciário omisso, que se
locupleta com seus rendimentos obscenos.
Esse
poder expressa, como disse uma vez Darcy Ribeiro, a política excludente de uma
elite brutalizada, impiedosa e inconsciente, e complementa, "(essa é) a
herança de termos sido o último país do mundo a acabar com a escravidão
hedionda. É a herança da capacidade de gastar gente, de queimar gente como se
queimasse carvão. De queimar negro, jogar no trabalho. (...) É uma perversidade
intrínseca na nossa herança, na nossa classe dominante, (que) está enferma de
desigualdade, de descaso (...)"
Mas acredito, e acredito verdadeiramente, no prosseguimento da saga da história produzida pelos povos, que haverá de romper com esse momento de bestialidade artificial, promovido pelos interesses financeiros de uma cúpula patricial que elude seus vestígios de humanidade. Vale retomar outro grande pensador brasileiro, tão esquecido ultimamente, Milton Santos: "É dessa forma que, na convivência com a necessidade e com o outro, se elabora uma política, a política dos de baixo, constituída a partir das suas visões do mundo e dos lugares. Trata-se de uma política de novo tipo, que nada tem a ver com a política institucional".
Tenho apostado nessa apaixonante alternativa.
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