14 maio 2017

Morrer e viver sob o neoliberalismo

Simbólico desse governo golpista: a imagem do ritual fúnebre


Não se vislumbra qualquer saída política por parte das hostes que empreenderam o golpe empresarial-midiático-judiciário de 2016, e a não ser que disponham na manga de seus paletós soturnos um plano alternativo, ou como diria o Leão da Montanha, uma saída pela esquerda, darão com os seus burros na água, muito antes do próprio sistema concorrencial em que apoiam suas medidas econômicas, o neoliberalismo. Este, tal como ocorreu com o laissez-faire há cem anos, declinará por sua incapacidade de uma leitura social apropriada, e consequentemente, pela inaplicabilidade de seus fundamentos em privilegiar a "vitória dos mais aptos" em um período de profunda crise econômica. 

Não está no horizonte dos eventos a retomada do comunismo, mas as tensões sociais serão levadas ao limite, de tal modo que essa espécie de retomada do utilitarismo a la Spencer é uma crônica anunciada do esgotamento de uma política sem projeto econômico. O que se anuncia, porém, são anos de dura e contínua luta, que irão por fim demarcar até para os neoliberais mais ufanistas, a impossibilidade desse capitalismo devotado à subjetivização contábil e financeira. No mínimo, o retorno de uma nova fórmula keynesiana, a retomada de um Estado atuante como regulador e redistribuidor, a necessária solidariedade ante a razzia da racionalidade neoliberal.

(modificado em 20.05.2017)


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