Ainda
uma vez a população saiu às ruas pedindo Fora
Temer! Não só movimentos sociais ou coletivos culturais e políticos, mas
representações dos vários estratos sociais, das diversas regiões da metrópole.
Algo diferia em relação às mobilizações anteriores, uma convicção em assumir as
ruas, desejo de compartilhar publicamente a profunda indignação que esse
governo golpista promove.
O que percebi foi uma variedade grande de tendências, mais à
esquerda claro, de gente mais velha a jovens das periferias, dentro de um arco
amplo de partidos representado por intelectuais e congressistas, e ficou a
impressão, não só pelas evidências ao vivo, mas pelas repercussões nas redes
sociais, que a luta deverá se prolongar e a engrossar as manifestações das
ruas.
Facilita esse sentimento a truculência da polícia militar e o distanciamento
do governo ilegítimo aos anseios populares, uma vez que ele se instalou movido
por outros propósitos, que se explicitam a cada dia. Sumiram os parlamentares
que urravam pelo impedimento da Dilma, sumiram as análises catastrofistas da
crise na mídia corporativa, sumiram os patos sagrados da Fiesp em defesa do
sagrado direito do capital.
Enfim, sumiram todos os canalhas a serviço do golpe, incluindo
idiotas menores como os lobões, os frotas, os kataguiris, os gentilis,
açuladores via mídia do medo e da bestialidade intelectual. Com o terreno
minado, o sentimento republicano foi presa fácil da banalidade proporcionada
por uma sucessão de capitães do mato, agora recolhidos à sua mísera
insignificância.
Ficam as belas imagens de uma tarde-noite de mobilização e
ativismo popular.