15 março 2015

A intolerância de nosso tempo


As vozes, valendo qualquer coisa, qualquer fala que mova uma onda fragorosa e ao mesmo tempo fenecida, curioso isso. As vozes que me esvaziam, tão próximas e distantes, tão tonitruantes e desconexas. Uma fala, "Sou fiel ao Brasil, não a Fidel"... A classe média branca em verde e amarelo, assumindo-se como povo vilipendiado, abocanhando a desigualdade que desde sempre impôs. Sente-se ofendida por um governo que odeia, e vocifera palavras de ordem, "Fora Dilma, Fora PT"... As vozes que me esvaziam, esforço-me para discernir as demandas sociais, os reclamos que as mobilizam... e me fazem ouvir o arrastar dos grilhões, e com eles, o passar doloroso das horas... Tivemos uma longa jornada sem consolidar a cumplicidade generosa de quem constrói uma nação, mas tão somente o fluir de um sentimento odioso, que ainda ecoa nas ruas. O espetáculo construído por dentro e por fora, a canalhice cientificamente aplicada. Tudo sob a regência discursiva da velha mídia corporativa, que refestela-se na leitura dos fatos e se vê, legitimada como nunca, a desinformar em favor de seus interesses.


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