Os alunos sabem apreciar uma aula expositiva. A palavra que se apresenta generosamente e seduz o ouvinte, o convida a interagir com o conteúdo apresentado, seus propósitos, sua importância. A construção da narrativa pedagógica incorpora assim a arguição aprimorada, cuidadosa, amparada pelo gestual envolvente, a refletir o prazer do educador com o tema. Em outras palavras, a performance corporal em completa sintonia com a fala.
Minhas aulas deste semestre caminham cada vez mais neste espírito, em um contínuo convite à intervenção do aluno. Não vejo outro caminho para superarmos juntos as deficiências estruturais. As leituras são feitas e refeitas com antecipação, articuladas mentalmente e reproduzidas em tópicos. Em sala, os tópicos funcionam como ideias para uma argumentação mais densa, exposta de modo pausado, entremeado por espaços para a participação do aluno. Por alguma razão, talvez pela afinidade com a disciplina, pelo próprio comportamento ativo e interessado dos educandos, a satisfação do educador é imensa.
Com a performance corporal, procuro conduzir a classe para o tempo histórico da discussão social. Ao falar com todos, não deixo de dirigir o olhar a cada um, não como forma de controle, mas como um convocação para interagirem com a narrativa em seus detalhes, seus deleites, suas dificuldades. Desta forma, os prazeres da viagem se prolongam por toda a aula, sem nos preocuparmos com o seu fim. Trago neste processo, sem dúvida, a experimentação que adquiri no acompanhamento dos saraus periféricos, no aprendizado com Paul Zumthor, a manifestação performática, dentre outras virtudes, promovida abertamente como fonte de eficácia textual.
Com a performance corporal, procuro conduzir a classe para o tempo histórico da discussão social. Ao falar com todos, não deixo de dirigir o olhar a cada um, não como forma de controle, mas como um convocação para interagirem com a narrativa em seus detalhes, seus deleites, suas dificuldades. Desta forma, os prazeres da viagem se prolongam por toda a aula, sem nos preocuparmos com o seu fim. Trago neste processo, sem dúvida, a experimentação que adquiri no acompanhamento dos saraus periféricos, no aprendizado com Paul Zumthor, a manifestação performática, dentre outras virtudes, promovida abertamente como fonte de eficácia textual.
Compartilho com eles a minha confiança, disseminando uma expectativa em especial, aquela de que poderão eles mesmos se apropriar da narrativa, ao tempo que desejarem. Não falham! Animamo-nos com a plasticidade dos fatos analisados, com o desenrolar das ideias e as interpretações possíveis. Não tenho dúvida em afirmar que a cada aula nos conscientizamos do valor de nossas discussões, que no final das contas, se incorporam efetivamente como parte de nossas vidas.
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