"As forças
libanesas de Haddad, com o apoio do exército israelense, entraram em Sabra e
Chatila – acampamentos palestinos situados em Beirute ocidental – em 16 de
setembro, menos de um mês após a retirada de todos os combatentes palestinos
(fedayins) para Tunis e outras localidades árabes, e três meses e meio após o
início do cerco imposto a Beirute ocidental por tropas israelenses.
A retirada
tanto dos combatentes como dos dirigentes palestinos fazia parte de um acordo
patrocinado pelo governo dos EUA, visando a suspensão do bloqueio de Beirute.
As forças de interposição da ONU abandonam a cidade dia 13, dez dias antes do
prazo estabelecido, e no mesmo dia em que os israelenses e seus aliados entram
na parte ocidental.
Tendo início na quinta-feira, dia 16, o massacre nos dois
acampamentos durou até a manhã do sábado, 18 de setembro, quarenta horas
ininterruptas. Segundo estimativas de agências internacionais, foram cometidos
cerca de 2.000 assassinatos, em uma população de 20.000 palestinos. As vítimas,
constituídas em sua maior parte por idosos, mulheres e crianças, estiveram
expostas à sanha de Haddad, Hobeika, Sharon...
A intenção desta peça é reconstituir o drama vivido por uma
hipotética família palestina nos campos de Sabra e Chatila, na noite do dia 17
de setembro. Os nomes das personagens foram escolhidos aleatoriamente, dentre as vítimas deste episódio
hediondo".
(Introdução do texto Chatila, escrito pouco depois da chacina nos acampamentos palestinos, em setembro de 1982).
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