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| Praga, 1994 |
O passado em Buganvília remontava de súbito como um desmundo, como toda referência em seus prazeres e rudezas. Posicionava-se como uma história sonolenta e ainda não adormecida, e isso ficava cada vez mais claro ao andar por entre as pessoas e observá-las girar pela praça da fonte. nada mais esperado que o fluxo contínuo de sensações o conduzisse à remissão do passado, confrontando situações dispersas no tempo... Acercava-se, então, à esquina... quando olhou para o outro lado da rua e teve uma vaga imagem, sob o manto das penumbras indefinidas do final de tarde, de uma fileira de casas que se sucedia em um nível mais elevado em relação à rua. A visão imaginosa expôs estéticas mais modernas de construção, casas de alvenaria frondosas e arejadas, cada qual prolongando para os fundos extensos quintais onde projetavam-se árvores frutíferas, com estruturas de concreto para o churrasco, algumas com piscinas, a maioria apenas tendo o gramado com plantas ornamentais nos limites dos terrenos, que se completavam com cercas ou muretas de tijolos... Ângelo pensou, O medo social ainda não chegou em Buganvília... onde era evidente que o temor pela segurança não fazia qualquer sentido.

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