Minha dissertação sobre Person, publicada |
Acaba de sair em versão digital, pelo excelente Selo PPGCOM UFMG, minha dissertação A São Paulo de Person, revista e atualizada. Sinto um especial orgulho por esta publicação, pois afora o fato de esperar exatos 25 anos para vir a lume, trata-se de meu primeiro trabalho de fôlego, acadêmico ou não, e que me qualificou como mestre em Comunicação e Semiótica pela minha adorada PUC de São Paulo.
A história dessa pequena aventura já foi contada, mas gosto de me referir à coincidência dos acontecimentos. Já com um tema definido para a minha pesquisa, que seria uma leitura sobre o primeiro cinema de Roman Polanski, um belo dia desci de meu apartamento para assistir no então Espaço Banco Nacional o filme São Paulo Sociedade Anônima, de Luiz Sérgio Person. Conhecia apenas superficialmente tanto o diretor quanto sua obra, havia visto anos antes uma sequência em que Zeloni/Arturo proferia para Walmor Chagas/Carlos um discurso nacionalista, enquanto avançavam pela Via Anchieta, dentro de um Oldsmobile.
Aquele trecho ficou registrado de tal modo que, ao assistir o filme, a sequência na tela grande me convenceu a mudar o objeto de pesquisa, e de Polanski e a Polônia, passei a investigar Person e São Paulo. Nada mais natural para um pesquisador com bolsa brasileira! O trabalho me consumiu três anos e ao final, em abril de 1999, sob a orientação de Lúcia Nagib, com banca de Irene Machado e Fernão Ramos, fiz minha defesa pública. Já na época sabia que o trabalho não tinha alcançado o desenvolvimento que pretendia, considerando todo o material teórico e oral que havia recolhido, mas ainda assim sabia que tinha elaborado um trabalho original e precursor sobre o diretor paulista.
A necessidade de reorganizar o texto e dar mais qualidade às referências bibliográficas manteve-se calada durante anos e ressurgiu há dois ou três anos atrás, com a oferta da editora mineira. Optei por dar prioridade ao meu texto de doutorado, As redes de escrituras nas periferias de São Paulo, publicado em princípios de 2022, para então me debruçar no mestrado, que me parecia um desafio. O texto mostrava-se pouco desenvolvido em diversas passagens, fosse na análise teórico-metodológica, como no aspeto histórico. Pior, não alcançava a paixão poética que sempre desejei e que o tema continha em si. Em suma, a montagem do texto final apresentava uma estrutura que precisava ser revista. Como se não bastasse, uma interessante entrevista que fiz com a Marina, filha de Person, estava de fora.
As observações dos pareceristas convidados pela editora me apontaram objetivamente os problemas, o que contribuiu para a correção de muitos (não todos) deles, fazendo com que o trabalho final, do ponto de vista formal e de conteúdo, melhorasse substancialmente. Tive a felicidade de poder contar com um belíssimo prefácio de Irene Machado, e, juntamente com uma caprichada edição, dar por encerrada com chave de ouro essa longeva produção, o que muito me orgulha.
Fica o convite para o acesso livre e gratuito do livro:
https://seloppgcomufmg.com.br/publicacao/a-sao-paulo-de-person/
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