Monumento ponte Laguno - Caracas, 2009
Não estamos em tempo de
silêncio, embora parcelas do poder instituído entendam que sim e pressionem
para que assim seja, submetendo populações à violência da economia e dos
aparatos de segurança. Não é tempo para silenciar, repito. As hostes mais
retrógradas propõem as amarras da ignorância e o ato brusco da intolerância,
submetendo-nos a todos a um modelo que nos conduz à miserabilidade tão
duramente superada nos últimos 15 anos.
Retoma-se a possibilidade de um novo AI-5, cruel, insidioso como o original, para silenciar, para condenar, para eliminar a democracia. Mal retomamos uma geração de normalidade constitucional para uns delinquentes políticos, amparados pelo sistema financeiro, ameaçarem de morte as delicadas conquistas da cidadania. A naturalização da ideia desse ato, já em plena marcha, confunde em vez de explicar, banalizando o que deveria ser definitivamente rechaçado.
Retoma-se a possibilidade de um novo AI-5, cruel, insidioso como o original, para silenciar, para condenar, para eliminar a democracia. Mal retomamos uma geração de normalidade constitucional para uns delinquentes políticos, amparados pelo sistema financeiro, ameaçarem de morte as delicadas conquistas da cidadania. A naturalização da ideia desse ato, já em plena marcha, confunde em vez de explicar, banalizando o que deveria ser definitivamente rechaçado.
Estamos à deriva, como que
reféns em um grande navio negreiro, onde todos pagarão com trabalho e péssimas
condições de vida, para que os donos do negócio possam lucrar. Somos instigados
a almejar a migalha do outro, em um processo denominado de competição, onde as
regras são retiradas a cada momento para valorizar o empenho de cada um. O
mundo neoliberal torna-se um grande octógono de UFC, onde a vitória sangrenta
não passa de conquista efêmera, ameaçada no combate seguinte.
Lei da selva, onde se sobrevive o mais capaz, e a isso se dá o nome de meritocracia. Silenciados e sob a paz de Cristo, avançamos como os trabalhadores do filme Metrópolis, para viver e sucumbir nos imensos porões das empresas. O silêncio também como parte da nova ordem normativa, que junto com a neo-escravização do trabalhador, expolia e assassina sem que haja repercussão. O silêncio dos organismos internacionais, da mídia corporativa, dos governos democráticos, que sempre atuaram contra a violência social e que insistem em nada ver. Os três macaquinhos, não veem, não ouvem, não falam.
Lei da selva, onde se sobrevive o mais capaz, e a isso se dá o nome de meritocracia. Silenciados e sob a paz de Cristo, avançamos como os trabalhadores do filme Metrópolis, para viver e sucumbir nos imensos porões das empresas. O silêncio também como parte da nova ordem normativa, que junto com a neo-escravização do trabalhador, expolia e assassina sem que haja repercussão. O silêncio dos organismos internacionais, da mídia corporativa, dos governos democráticos, que sempre atuaram contra a violência social e que insistem em nada ver. Os três macaquinhos, não veem, não ouvem, não falam.
Não é tempo de calar e as
manifestações no Chile, na Bolívia, na Colômbia são conduzidas pelas massas que
os donos do negócio quiseram transformar em reféns à deriva. O capitalismo de
reféns, que difunde a violência, o medo, o ódio pelas mãos de deus e do diabo
aprendeu suas técnicas na compreensão dos efeitos simbólicos de atos realizados
por tiranias e por fundamentalistas. O incidente de Gleiwitz, realizado sob
bandeira falsa, deu aos nazistas a oportunidade de atacar a Polônia sem
qualquer constrangimento. A explosão da violência tirânica para subjugar uma
nação foi a técnica aperfeiçoada pelo capitalismo para ser empregada com
cinismo e dissimulação.
Mas também não deixo de relacionar a sordidez dos planos de destruição para a expansão de uma nova ordem, e nesse caso não deixo de relacionar a brutalidade - muito bem assimilada pelos donos do poder - da ação fundamentalista dos talibãs ao destruir os budas de Bamiyam. A serviço dos pequenos tiranos espalhados pelo mundo, deve-se implantar a ferro e fogo o novo capitalismo de que Dardot e Laval comentam, profundamente ligado à construção política de uma finança global regida pelo princípio da concorrência generalizada. E como profetizam os neopentecostais, para essa obra "deus é fiel".
Mas também não deixo de relacionar a sordidez dos planos de destruição para a expansão de uma nova ordem, e nesse caso não deixo de relacionar a brutalidade - muito bem assimilada pelos donos do poder - da ação fundamentalista dos talibãs ao destruir os budas de Bamiyam. A serviço dos pequenos tiranos espalhados pelo mundo, deve-se implantar a ferro e fogo o novo capitalismo de que Dardot e Laval comentam, profundamente ligado à construção política de uma finança global regida pelo princípio da concorrência generalizada. E como profetizam os neopentecostais, para essa obra "deus é fiel".
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