O punctum: os rostos bondosos do entourage de Allende
Em um governo marcado
por absoluta ausência de um projeto de nação e norteado pelas questões mais
desprezíveis de preconceito, não causa estranheza sua passagem que, à parte sua volúpia destrutiva, consiste do ponto de vista propositivo, em um caminhar inodoro,
insípido e incolor. Afora os primeiros meses, quando o esforço era deglutir o
triste engodo de sua existência, aos poucos tomamos consciência de sua
impossibilidade ontológica, o que significa no futuro, tal como ocorre hoje na Argentina, a reorganização popular sob completa fragilidade.
Como se trata de um
governo sem cacoete para governar, mas apenas para cumprir ordens técnicas
emanadas de uma hegemonia econômica instalada para controlar e espoliar
riquezas, a inércia de seu prolongamento artificial será nosso grande drama. De
minha parte e dos que me cercam, buscamos alternativas nas práticas culturais,
no conhecimento do processo histórico, sempre com o objetivo de superar os
momentos cinzentos e aprofundar a compreensão do mundo ao redor. Eu e Mônica
vamos assim avançando em nosso texto sobre Allende e a Unidade Popular, um
estudo imerso em descobertas fascinantes, que nos proporciona mais coragem e determinação para superar
nossas próprias debilidades políticas.
(atualizado em 26.09.2020)
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